Em resposta ao desafio lançado no Mar Azul para escrever um texto com 12 palavras que me digam algo especial, aqui vai:
Ritinha
Zé Pikeno
Sinto um leve respirar ronronado no rosto e uma língua áspera e húmida a percorrer-me a bochecha… Penso para mim própria abre-os (os olhos)! Fico mais uns segundos… É então que os abro e na minha frente, mesmo coladinho a mim, lá está o rosto de gata mais lindo do mundo!!! É minha Ritinha que entra pelo meu dia a dentro como o SOL pelas frestas do estore da janela. Mas surge uma sombra negra, ela olha pelo canto do olho, sempre alerta. Num breve instante suspenso no seu OLHAR faz-se uma pausa… É o Zé Pikeno que na sua elegância de brilho e breu se aproxima sempre pronto para a rambóia!
Levanto-me e vou fazer um sumo de laranja que partilho com o meu COMPANHEIRO de VIAGEM, de vida, de sumo, de tudo. Como sabe bem este líquido ácido-doce, FRESCO, a escorrer pelas nossas gargantas… ah e este Sol delicioso que em oposição nos aquece as faces SORRIDENTES… Assim ficamos flutuando no momento que se equilibra entre o banal e o absolutamente divino.
Toca o telefone e a familiar melodia (fruto das modernices das novas tecnologias e telecomunicações) desperta-nos do transe. É a MÃE, o dia está bonito e ela procura quem partilhe com ela os raios quentes de Sol. Segue-se então um almoço em FAMILIA (os GATOS, esses já almoçaram). O barulho dos talheres, o frenesim dos empregados sempre prontos a servir o cliente (“com certeza”, “trago já”, “OBRIGADO e volte sempre”) é rasgado pela gargalhada da minha mãe. Como está feliz por nos ter junto dela! O último ano não deve ter sido fácil já que eu dei o meu grito de Jerónimo e sai (finalmente) de casa e ela deve sentir-se mais só… estes momentos trazem-lhe um verdadeiro aconchego que só eu lhe posso proporcionar. Ela sorri e com o seu sorriso deixa o meu coração pleno de luz e AMOR!
Chega agora o final da tarde e nós chegamos também (a casa, isto é). Preparamos o jantar em conjunto (damos o jantar à Ritinha e ao Zé Pikeno), comemos na sala junto à lareira. É indescritível este momento de puro ócio e TERNURA… um cenário pleno de calor, de amor, de tranquilidade, que nos leva pela noite adentro dançando por entre as estrelas ao som do crepitar do fogo…e um desejo fica: que os dias mais simples me relembrem sempre de que realmente o importante na vida é saber vivê-la, sem pressas, sem stress, sem ânsia, pois a felicidade é feita de momentos, não é uma constante.
Maria Mala